03 maio 2008

O preço da liberdade

Um dos grandes argumentos que tem sido usado em nossa geração, para se renunciar à liderança, é a perda da liberdade. Surgem perguntas como: Para ser líder, terei que perder minha liberdade?; Será que estou disposto a pagar o preço para exercer a liderança? Gostaria de avaliar o que é liberdade antes de aprofundarmos no assunto liderança.
O melhor conceito de liberdade é “sem limites”. Ser livre é não ter nenhuma restrição. Quando a sociedade prende alguém, ela simplesmente restringe seu espaço; ela limita e condiciona seus horários, suas atividades e seu destino. Aliás, a condenação é pagar o crime com a perda da liberdade. O maior patrimônio de um ser humano ainda é sua liberdade e cerceá-lo é em si uma grande pena.
Existe Liberdade sem Limite?
É impossível viver uma liberdade ilimitada. A própria natureza tratou de limitar o homem ao dá-lo 24 horas ao dia, 7 dias por semana, 12 meses ao ano... Portanto, quando dizemos liberdade sem limites, já pressupomos os limites da existência humana.
Ser livre é não ter nenhuma restrição? A resposta é não. Podemos ser totalmente livres, sem que essas limitações nos restrinjam. Percebemos intuitivamente que ultrapassar aquele limite nos levará a uma invasão dentro do território do próximo.
Para se proteger destes possíveis danos, o próprio indivíduo se limita e se restringe, sem perder, contudo, a sua liberdade. Na verdade ele troca sua liberdade futura por aqueles limites. E assim ele se convence que a liberdade de amanhã vale o preço do limite de hoje. A este processo chamamos de “maturidade”, que é quando a própria pessoa descobriu o conceito de liberdade como o caminho do limite. Descobrimos que os limites do indivíduo geram a liberdade coletiva. Quando restringimos o indivíduo todo mundo ganha, inclusive ele.
O mal é o bem sem limites
Percebemos, portanto, que o mal é o bem sem limites. Quando o indivíduo na busca da sua liberdade não respeita limites semeia-se o mal para outro, invadindo seu espaço.
A linha de separação entre o bem e o mal é apenas o limite. Sexo, com a pessoa estuprada, não seria uma transgressão se fosse com amor e compromisso. Mas uma vez que não respeitam sua vontade e a invadem, torna-se um delito plausível de ser punido. Da mesma forma o dinheiro roubado, se fosse doado ou ganhado em alguma transação lícita, não seria considerado roubo. Mas a quebra daquele limite fez dele um delito com consequências sérias. Em todo o universo, o mal é apenas “egocentrismo” sem limite.
Fazer a si mesmo todo o bem que você busca e anseia, sem invadir o outro, é alcançar a maturidade pessoal.

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